sábado, 16 de maio de 2009

Toma-me...

Impossível dormir... Sei que A. está tranqüila no quarto ao lado, não é isso que me tira o sono. Eu que sempre fui alguém que viveu à margem, querendo tanto, sentindo tanto sem que nada me ligasse, porque agora estar simplesmente insone quando M. me falta?
Amor? Sim, eu o amo e o amo muito. Talvez se me perguntassem se um dia pensaria em me sentir assim entregue, insuficiente e dominada, sei que riria às gargalhadas. Não! Jamais!Homem nenhum me dominou até agora quando tinha tantas ilusões porque me dominaria agora? Não me perguntem o porquê, tampouco eu sei.
Quem me lê pode perguntar que erótico há na solidão confessada tão abertamente, com mais cores de dor do que de prazer. Talvez pergunte isso quem nunca tenha sido tocada de uma forma inesquecível que, vendada entre uma multidão de homens, teria reconhecido, acima e diferentemente de todos, um toque particular que faria perder o ritmo cardíaco, respiratório, provocaria um fluxo incontido da lubrificação, deixaria os mamilos eretos, a boca seca, extrairia o incontido murmúrio dos lábios entumescidos de tanta vontade e necessidade.
Como transformar minhas mãos finas e leves naquelas mãos lindas, fortes, que me tocavam com uma inimaginável delicadeza? Como sentí-las aqui, agora, dessa forma? M., M., como tudo te pertence assim, tão amplamente que não há um local de meu corpo onde sua boca, seus dedos, seu membro, algo de você tenha delicada ou fortemente marcado sua presença, dominado, fincado sua bandeira?
M. , meu amado M., eu renuncio a tudo mais que possa ter pretendido em minha vida para não mais ter de me afastar dessa forma! Sim, possua-me, sorva meus seios como se fossem bebida, beba do meu mel como se fosse um antídoto para o mal que nos separa, penetra-me, macho forte, para que finalmente me tenha rendida de fato, como já me tem.
Não me contenho mais: meus dedos deslizam sobre meu clitóris, penetram aos pares a minha gruta úmida de desejos , todos santos e todos extremamente pecadores, todos por você.
Oh, M., meu amado macho, meu homem poderoso, meu dono... Sim, a independente Ana rende-se mas , por favor, não me torture mais com sua ausência. Vem! Vem que te espero como jamais esperei homem algum! Vem , não me tortura mais! Por acaso é tão sádico que olha, riso nos lábios, essa mulher que toca seu próprio corpo, rendida, subjugada até a escravidão na ânsia daquilo que apenas você pode me dar?
Submissa, sim, submissa. O que mais quer? Diga, tudo colocarei aos seus pés. Te dou o frêmito que não me provoca a fricção dos meus dedos no meu clitóris entumescido mas a sua presença, dono, mil vezes dono, a quem a presa da sua sedução tributa honras e coloca tudo o que é à seus pés.
O orgasmo explode... De que me importa? Recuperada do êxtase, estou aqui, deitada na cama fria no inverno que faz soprar ventos lá fora e aqui dentro. Abraço-o na lembrança do momento que vivemos, todos eles e da espera, maldita espera,de tua presença. Orgasmo inútil da solidão. Vem logo, meu dono... toma-me!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Eu sou Ana...

Esse é o momento mais estranho em se escrever um blog, o de colocar-se enquanto pessoa. Poderia ser um qualificativo tipo ficha policial, com nome, gênero, um rol de qualificativos inúteis.
Nesse caso, poderia ser uma auto-promoção das minhas capacidades, nenhum defeito, no que diz respeito ao sexo, medidas de busto, quadril, depilações, marcas etc etc. Não, já cultuei muito esse espaço como um espaço para masturbações e agora basta.
Quem me conhece do outro espaço (http://memoriaseroticasdenana.blogspot.com) pode estranhar este novo momento em contraste ao antigo onde era uma mulher ocupada com o trabalho, voraz na sexualidade, buscando alguém que atendesse alguma de suas necessidades.
Pois bem, nesse momento a pessoa foi encontrada, uma outra veio como resultado do encontro, o trabalho está mudando, a voracidade pelo sexo encontra-se mantida em novas bases mas o exercício é completamente diferente. No entanto, algo ainda continua intocado e peço-lhes que entendam e que se não conseguem conviver com isso, me esqueçam e poupem-se e poupe-me de discussões: sou amoral e não haverá julgamentos morais nesse lugar. Não! Você não entendeu, eu não sou imoral, sou amoral no meu espaço de liberdade, na minha sexualidade.
Não julgo, não desejo ser julgada, escrevo porque escrever me é de todas as artes a mais acessível e que posso fazer assim, com o notebook no colo esperando o vôo e de olho em A. , minha doce menininha que tenta comportar-se como se isso fosse possível para uma pessoinha de poucos anos. M., meu marido, virá em um mês, voltaremos ambos ao Brasil depois de algum tempo na Holanda.
Bom viver aqui, melhor viver lá, onde ele acostumou-se e de onde eu , particularmente, não teria saído senão pelo meu homem. Sim, queridos já conhecidos, eu não tenho vergonha de reconhecer minhas pequenas verdades quase perversas, a decisão de pertencer ao meu homem e com ele ir a algum lugar.
Complexo de Polyanna? Talvez e talvez seja apenas uma das muitas faces das múltiplas Anas que escondem-se dentro do corpo de apenas uma mulher a mais, de uma trintona que encontrou um motivo diferente para viver.
Porque começar um blog de erotismo com um tema nada sexual? Para que entendam o que se vai encontrar aqui e que tudo é mais que descrição de atos sexuais mas toda a complexidade que a cerca na medida que minha mente consegue digerí-la e colocar em palavras e sentimentos.
Agora é a hora de fechar o note e ir para a área de embarque e toda a sua burocracia. A. está inquieta, tenho de cuidar dela. Em alguns dias, volto a escrever e mais do que esperar que gostem, espero que venham e compartilhem.
Beijos da Nana.